Estado, capitais privados e planejamento no setor elétrico brasileiro após as reformas setoriais das décadas de 1990 e 2000

Abstract

O artigo analisa a configuração do setor elétrico brasileiro, no âmbito das hidrelétricas, resultante das reformas setoriais das décadas de 1990 e 2000. A análise revela que as reformas permitiram que o setor elétrico se tornasse espaço de diversificação para empresas de capital nacional e estrangeiro, com o fim do monopólio estatal de energia elétrica. A incorporação de novos agentes setoriais confere transformações no âmbito do planejamento setorial bem como revela o vínculo deste setor com a inserção internacional do país, relacionada à exportação de commodities e à financeirização, o que se verifica a partir da análise da cadeia societária das hidrelétricas. Ainda, evidenciam-se novas relações entre Estado e capitais privados, diferentes daquelas apregoadas pelos neoliberais da década de 1990, porém distantes das que vigoraram no período desenvolvimentista