Técnicas empíricas de decomposição: uma abordagem baseada em simulações contrafactuais

Abstract

Um sistema é um conjunto de elementos cujo comportamento está inter-relacionado. Desta forma, a investigação científica de um sistema requer, em primeiro lugar, a identificação dos seus componentes para, posteriormente, efetuar-se a análise do funcionamento de cada componente e das inter-relações entre eles. A análise de um sistema pode ser feita teórica ou empiricamente. Os resultados destas análises são complementares, na medida em que, se estas são feitas em conjunto, o entendimento do comportamento do sistema tende a progredir mais rapidamente. De fato, por um lado, a análise teórica guia e dá sentido a análise empírica. Por outro lado, a análise empírica sugere teorias ou as corrobora. Nas palavras de Immanuel Kant: “Data without concepts are blind, concepts without data are empty”. No entanto, nem sempre existem evidências empíricas sobre o comportamento de um sistema e, portanto, seu comportamento pode apenas ser investigado de um ponto de vista teórico até que evidências empíricas sejam coletadas. Outros sistemas possuem um enorme volume acumulado de evidências empíricas sobre o seu comportamento, embora existam apenas teorias ainda muito rudimentares sobre o seu funcionamento. Neste último caso, a análise empírica tem que ser feita na ausência de embasamento teórico sólido e, portanto, tem como principal finalidade organizar a informação disponível sobre o funcionamento do sistema de forma a sugerir teorias sobre esse. As técnicas empíricas de decomposição que procuramos descrever neste trabalho são utilizadas exatamente para esse fim.