Brasil. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Diretoria de Estudos e Políticas Sociais (Disoc)2020-07-242020-07-242019http://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/10143Quando tratamos das políticas de ações afirmativas, estamos falando de vidas, desigualdades e trajetórias outras tornadas possíveis. Falamos de uma das poucas respostas políticas do Estado brasileiro à barbárie que ele mesmo engendrou séculos a fio. Tratamos de uma ação pública que, se não resolve, mitiga os efeitos devastadores de uma estrutura social que associa, de forma naturalizada, a identidade negra à pobreza, à morte prematura, às formas de adoecimento, ao cárcere, à violência, à ausência de beleza, de inteligência etc. Trata-se, portanto, de uma política estratégica, na medida em que atinge uma das inúmeras balizas cotidianas de práticas racistas. Por fim, cabe frisar, conforme fora dito por Dora Lúcia Bertúlio (2017), que a boa política é aquela que persegue sua própria finalidade. Perseguir a finalidade da política de ações afirmativas significa, frise-se, interferir em monopólios, questionar privilégios, acionar o incômodo, desestabilizar o que estava seguro. Obviamente, isso não ocorrerá sem resistências e dores, pois esses processos colocam em evidência esse outro que insiste em esconder-se sob o manto da impessoalidade e do mérito, traduzido em privilégio que se quer, ainda que de forma modesta, desmantelar..porAcesso AbertoIgualdade racialJournal articleInstituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)Política SocialRaçasLicença ComumÉ permitida a reprodução deste texto e dos dados nele contidos, desde que citada a fonte. Reproduções para fins comerciais são proibidas.Igualdade racialPolíticas de ações afirmativasPolítica de cotasDesigualdades raciais