Tecnologia. Inovação. Informação. Conhecimento: Artigos
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/87
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Item Do Cooperativismo de plataforma à economia solidária digital(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 2025-04) Veronese, Marília Veríssimo; Salvagni, JuliceConceituam a economia solidária digital e discutem a transição do termo “cooperativismo de plataforma” para esse novo conceito. As autoras exploram a trajetória das formas de cooperação por plataforma no Brasil e apresentam exemplos de pequenos coletivos e cooperativas que utilizam essas plataformas para desenvolver seu trabalho, configurando uma alternativa às plataformas comerciais tradicionais.Item Análise das políticas públicas e da construção do campo da tecnologia social no Brasil do século XXI(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 2025-04) Paiva, Arquimedes Belo; Nascimento, Andreia Ingrid Michele do; Addor, FelipeResgata a trajetória das políticas públicas de tecnologia social (TS) no Brasil, organizando-a em três momentos: grande ciclo, descenso e retomada. De caráter exploratório e descritivo, a pesquisa analisa a posição estratégica da TS nos órgãos públicos, os recursos orçamentários destinados à área e as transformações da TS ao longo do tempo. O estudo também destaca a importância de compreender experiências anteriores para orientar políticas futuras, especialmente no contexto de retomada das políticas sociais no terceiro mandato presidencial de Lula.Item Síntese da trajetória regulatória para plataformas digitais : uma análise em duas fases?(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 2025-05) Silva, Victo; Chiarini, Tulio; Gaspar, Walter BrittoEste artigo propõe uma síntese da trajetória regulatória para plataformas digitais, dividida em duas fases. Na primeira, o foco esteve na proteção de direitos fundamentais, como privacidade, liberdade de expressão, acessibilidade e defesa do consumidor. Esse período foi marcado por uma abordagem relativamente mais permissiva em relação à atuação das empresas controladoras de plataformas digitais. Com o tempo, no entanto, emerge uma transição significativa. O foco regulatório torna-se mais rigoroso, abrangendo questões econômicas e de poder, como concorrência desleal, soberania e segurança nacional. Essa mudança inaugura uma segunda fase, caracterizada pelo aumento das tensões entre o Estado e essas empresas, refletindo tanto as demandas internas quanto as pressões globais por maior controle e regulação sobre as grandes corporações tecnológicas.Item A Produção bibliográfica sobre a Amazônia : uma análise de cluster(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 2025-05) De Negri, FernandaO texto analisa a produção científica sobre a Amazônia, publicada em periódicos indexados pela Web of Science no período de 2000 a 2023. Mais de 30 mil artigos científicos sobre a Amazônia foram agrupados em seis diferentes clusters, a partir da similaridade semântica entre eles, método que foi capaz de agrupar esses artigos segundo os principais temas estudados. Os clusters 1 e 6 estão mais focados em aspectos ambientais e de uso da terra, sendo que o cluster 1 se concentra mais no solo, e o cluster 6, no desmatamento e na conservação. O cluster 2 destaca-se pela ênfase em estudos de biodiversidade e questões de saúde, como a malária. O cluster 3 é focado em aspectos hidrológicos e climáticos da bacia do Amazonas. O cluster 4 apresenta uma abordagem mais voltada para questões sociais e indígenas, além de análises ambientais. O cluster 5 é único no seu enfoque em taxonomia e na descrição de novas espécies. Essas parecem ser as principais questões que mobilizam a comunidade científica nacional e internacional nos seus estudos sobre a Amazônia.Item Apresentação(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 2025-05) Nogueira, Mauro OddoA 78ª edição do boletim Radar: tecnologia, produção e comércio exterior chega recheada. Recheada de artigos: são seis trabalhos nesta edição. Recheada de diversidade: são seis temas distintos, todos da maior relevância para o desenvolvimento socioeconômico de nosso país. E, principalmente, recheada de qualidade: onze pesquisadores vinculados à Diretoria de Estudos e Políticas Setoriais, de Inovação, Regulação e Infraestrutura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Diset/Ipea) apresentam uma pequena amostra de sua produção, sempre com importantes contribuições seja para o crescimento econômico sustentável, seja para a inclusão social, seja para a preservação de nosso planeta.Item Novas tecnologias nos veículos e a redução da sinistralidade no trânsito(2024-12) Ferreira, Paulo César PêgasEste trabalho correlacionou a introdução de novas tecnologias nos veículos com a redução da sinistralidade. Foi utilizada a base de dados de sinistros da Polícia Rodoviária Federal (PRF) dos anos de 2021 e 2022, desagregada por ano, marca e modelo dos veículos envolvidos. A exposição ao risco dos veículos foi corrigida pela quilometragem média rodada (KMR) em função da idade do veículo. Constatou-se que veículos de fabricação mais recente oferecem maior segurança.Item Identificação de prioridades de P&D e objetivos nacionais nos países da OECD : tempo de reabrir o debate ?(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 1997-12) Dagnino, Renato PeixotoEste artigo tem como objetivo destacar elementos da situação atual que podem impulsionar mudanças significativas no processo de formulação da política de ciência e tecnologia (C&T) nos países da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Em particular, enfoca a relevância que a identificação de prioridades em P&D pode assumir. Após a introdução, o capítulo 2 apresenta uma revisão do debate sobre a definição de prioridades em P&D e os objetivos globais de longo prazo nesses países. O capítulo 3 analisa contribuições recentes ao tema, indicando a natureza pouco racional e incremental dos procedimentos atualmente utilizados para estabelecer prioridades em P&D. O capítulo 4 examina quatro "fatos portadores de futuro" que tendem a provocar mudanças significativas na situação atual. A incorporação desses fatores no processo de decisão em C&T geraria uma importante demanda por metodologias de identificação de prioridades em P&D. Por fim, o artigo defende a participação ativa da comunidade de pesquisa na elaboração dessas metodologias para atender a essa demanda.Item Strategic maneuvering in BraziL’s 5G deployment amidst United States-China technological rivalry(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 2024-04) Jia, Liu; Bojikian, Neusa Maria Pereira; Tedeschi, Aline; Ioris, Rafael; França, IuryO rápido avanço da tecnologia destaca a rivalidade emergente entre os Estados Unidos e a China, especialmente no emprego do 5G. As sanções dos Estados Unidos sobre as tecnologias 5G chinesas exercem uma pressão significativa sobre o Brasil, que busca equilibrar as influências estrangeiras enquanto avança em seu plano de reindustrialização. Este estudo usa uma abordagem institucionalista para analisar documentos do governo, documentos corporativos e comunicações de think tanks a partir de 2017, examinando as disputas políticas e econômicas entre os Estados Unidos e a China sobre a tecnologia 5G e as respostas estratégicas do Brasil a elas. O estudo revela que a política externa pragmática do Brasil visa mitigar os impactos negativos da rivalidade entre os Estados Unidos e a China, garantindo o avanço tecnológico do Brasil por meio de uma abordagem dupla que envolve considerar os padrões de segurança cibernética dos Estados Unidos e, ao mesmo tempo, atrair investimentos chineses para aprimorar sua infraestrutura digital. Essa estratégia ilustra a busca de autonomia do Brasil em um ambiente internacional polarizado, assegurando seu futuro tecnológico em meio à competição entre grandes potências.Item Sustainable lifestyles and innovation systems : implications for G20 agenda(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 2024-04) Anand, Manish; Kedia, ShaillyApesar de as discussões do Grupo dos Vinte (G20) se concentrarem em pesquisa e inovação e economia digital, de alguma forma, não vinculam os sistemas de inovação a aspectos da resposta climática, especialmente estilos de vida sustentáveis. Portanto, torna-se importante examinar as ligações entre estilos de vida sustentáveis e sistemas de inovação. Este documento busca propor uma estrutura para estilos de vida sustentáveis e sistemas de inovação, além de examinar as implicações para as discussões do G20. O documento analisa dados sobre estilos de vida sustentáveis e sistemas de inovação e tem como objetivo destacar o papel do fórum do G20 na promoção de sistemas de inovação e objetivos de estilos de vida sustentáveis por meio da cooperação internacional.Item Trabalho e informática em países recentemente industrializados : o caso da indústria brasileira(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 1991-12) Carvalho, Ruy Quadros deEste texto discute as implicações sociais da adoção de tecnologias avançadas na indústria brasileira, particularmente no contexto das indústrias automobilística e petroquímica. O autor argumenta que a adoção dessas tecnologias está levando a mudanças significativas no uso do trabalho em diferentes setores industriais. A adoção de tecnologias avançadas na indústria brasileira está levando a mudanças significativas no uso do trabalho em diferentes setores industriais, destacando-se os impactos da automação na indústria. A difusão da nova tecnologia é seletiva e não substituiu significativamente o trabalho direto nas indústrias de produção em massa, como a automobilística, enquanto na indústria petroquímica a adoção foi mais rápida e ampla. Isso gera implicações trabalhistas diferentes em cada setor industrial, com a inovação tecnológica contribuindo para melhorar as especializações de manutenção e técnica dos operários na indústria petroquímica, mas não substituindo significativamente o trabalho direto na automobilística.Item Programas regionais para modernização e difusão de tecnologia em indústrias tradicionais(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 1990-06) Prochnik, VictorO artigo discute as causas da baixa eficiência operacional nos complexos formados por setores tradicionais — têxtil, construção civil, entre outros. Inicialmente, são apresentadas as principais direções do progresso técnico nesses complexos, como o just-in-time, automação e a introdução de inovações secundárias. Posteriormente, exemplificam-se os tipos mais comuns de ineficiências. A ênfase recai nos problemas advindos da interação entre os setores de uma mesma cadeia produtiva. Por fim, são apresentadas estruturas de programas públicos, de âmbito regional, que podem aumentar a eficiência operacional das empresas e garantir o repasse dos ganhos de produtividade para trabalhadores e consumidores.Item Apresentação(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 2024-08) Nogueira, Mauro OddoEsta 76a edição do boletim Radar: tecnologia, produção e comércio exterior, traz de volta uma “edição regular” do boletim, ou seja, uma edição multitemática, que apresenta trabalhos relacionados às diversas linhas de estudos e pesquisas desenvolvidas na Diretoria de Estudos e Políticas Setoriais, de Inovação, Regulação e Infraestrutura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Diset/Ipea). Contudo, como não poderiam deixar de ser, os desafios da sustentabilidade – tema de um estudo transversal e estruturante da diretoria e um dos maiores desafios antepostos para a economia do planeta e a do Brasil, em particular, e que foi o assunto das duas edições anteriores – fazem-se presentes também nesta edição.Item Reflexões sobre o PL nº 2.768/2022 : desafios da regulação econômica em mercados mediados por plataformas digitais(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 2024-05) Chiarini, Tulio; Rocha, Diandra Carolina de Oliveira V. da; Prado, Luiz Carlos T. DelormeO objetivo desta Nota Técnica é contribuir para o debate sobre regulação econômica em mercados mediados por plataformas digitais, juntando-se aos escassos estudos disponíveis – como Neec (2023) e CGI.BR (2023) – que igualmente propõem reflexões acerca do Projeto de Lei (PL) nº 2.768/2022, que “dispõe sobre a organização, o funcionamento e a operação das plataformas digitais que oferecem serviços ao público brasileiro” (Brasil, 2022, p. 1).Item Heterogeneity is the rule, not the exception ? A tentative typology of national innovation systems(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 2022-04) Cavalcante, Pedro Luiz CostaO artigo parte da ideia de que a heterogeneidade é a regra, não a exceção, nos Sistemas Nacionais de Inovação (SNIs) em todo o mundo. O objetivo principal do artigo é avançar na compreensão com base em dados empíricos sobre como esse padrão desigual ocorre, a partir da formulação de uma tipologia original de SNI que ultrapasse a análise das fronteiras continentais e, principalmente, destaque os pontos fortes de poucos e os pontos fracos da maioria das nações no campo da inovação. Utilizando o Índice de Inovação Global (IIG), o trabalho emprega análise descritiva, correlação bivariada e análise de variância, seguida de clusterização. A análise de cluster criou cinco tipos de SNI que apresentaram uma descrição ainda mais precisa de como os países se estruturam e são inovadores, além dos recortes de renda ou continente. Essa abordagem original e abrangente das disparidades do SNI é crucial para avançar em como poucos países continuam a melhorar seu desempenho inovador, ao mesmo tempo que a maioria dos países continua lutando para aumentar a capacidade de inovação e, assim, superar seus problemas de subdesenvolvimento econômico.Item A Vingança de Prometeu : ciência, tecnologia, inovação e a reconfiguração do poder internacional no século XXI(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 2022-04) Fernandes, Luis; Garcia, Ana Saggioro; Carvalho, Samuel Rufino de; Viegas, Lucia Helena TavaresEste artigo examina a reconfiguração do poder internacional desde o fim da Guerra Fria, incorporando dimensões cruciais de ciência, tecnologia e inovação (CT&I). Acompanhamos a evolução das posições relativas ocupadas por Estados Unidos, União Europeia (UE), China, Japão, Índia, Rússia, Brasil e Coreia do Sul na economia global entre 1990 e 2020 em três dimensões: dinamismo produtivo – medido por participação relativa no produto interno bruto (PIB) mundial calculado por paridade de poder de compra (PPC); dinamismo científico e tecnológico – medido por participação relativa na autoria de artigos publicados em revistas internacionais indexadas; e dinamismo de inovação – medido por participação relativa no registro de patentes no mundo. Para medir e avaliar as mudanças estruturais em curso, adaptamos os índices de Rae e Taylor e de Laakso e Taagepera, comumente usados para aferir graus de fragmentação em sistemas políticos, elaborar índices de concentração/dispersão de poder relativo em cada dimensão e indicar o número e a composição de “potências relativas” no seu âmbito. Os resultados evidenciam a erosão do poder relativo das “potências tradicionais” (Estados Unidos, Europa e Japão), a ascensão acelerada da China e a emergência de novas “potências relevantes” (com destaque para a Índia e a Coreia do Sul), mas com graus diferenciados de difusão/concentração conforme a dimensão considerada. Reforçam a compreensão de que capacidades nacionais em CT&I se tornaram um vetor central da reconfiguração do poder mundial.Item From science and technology to innovation diplomacy : their future and the relationship with international security(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 2022-04) Araújo-Moreira, Fernando Manuel; Serrano, Nadja Fernanda Gonzaga; Migon, Eduardo Xavier Ferreira GlaserEste artigo consiste em um ensaio teórico, essencialmente apoiado por pesquisas bibliográficas fortemente complementadas com nossa própria experiência na maioria dos assuntos, e tem um viés qualitativo e exploratório. Consiste em uma introdução ao objeto de pesquisa em que fazemos uma abordagem ampla em um mundo que passa por constantes mudanças especialmente relacionadas a aspectos científicos e técnicos da ciência, tecnologia e inovação (CT&I) nas últimas duas décadas. Entre muitos outros, para abordar o assunto, escolhemos algumas áreas relevantes como inteligência artificial (IA), internet das coisas (internet of things – IoT), diplomacia cibernética e tecnologia quântica. Também fazemos as ligações entre CT&I e a diplomacia, e sua relação com alguns aspectos das tecnologias militares. Nesse aspecto, reforçamos a relevância – um ponto de preocupação – da proliferação de tecnologias militares por colaboração científica, intercâmbio comercial ou outros mecanismos. Apesar das colaborações científicas tradicionais entre milhares de grupos em todo o mundo, mostramos a importância de considerar que tanto inimigos quanto potenciais inimigos devem ser evitados de ter acesso a certas tecnologias críticas e sensíveis. Dessa forma, mostramos sua relevância e importância como um planejamento estratégico em defesa nacional essencial para a soberania de qualquer país e a segurança internacional.Item Políticas industriais na China nos últimos trinta anos(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 2022-04) Nonnenberg, Marcelo José Braga; Moreira, Uallace; Bispo, Scarlett Queen AlmeidaO objetivo deste trabalho é apresentar as principais políticas industriais e de educação desenvolvidas pela China nos últimos trinta anos voltadas para o fortalecimento dos setores de alta tecnologia. Nesse sentido, partindo de um arcabouço teórico e metodológico de sistema setorial de inovação (SSI) e ciclos tecnológicos do produto, foi dada ênfase às principais medidas, visando o fortalecimento do processo doméstico de inovação e as políticas voltadas para o ensino superior, que as complementam. Foi visto que, principalmente a partir de meados da década de 2000, a China vem construindo uma indústria de alta tecnologia baseada tanto em empresas domésticas quanto em tecnologias domésticas, denominadas de indigenous innovation. Portanto, o objetivo é não apenas tornar cada vez mais a inovação industrial o principal motor do crescimento econômico como garantir uma relativa independência desses setores de conhecimento.Item Fostering bottom-up collaborative connections in science, technology and innovation : the case of Brazil-Australia cooperation(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 2022-04) Sant’Anna, Nanahira de Rabelo e; Elsner, CristinaO objetivo deste artigo é analisar o desenvolvimento da cooperação entre o Brasil e a Austrália em ciência, tecnologia e inovação (CT&I), como uma colaboração singular resultante de uma estratégia bottom-up (de baixo para cima). Diferentemente das abordagens de cooperação com outros países, com os quais existem relações históricas e culturais, foi construída a partir de vínculos entre pessoas. Parcerias substanciais entre universidades brasileiras e australianas foram fundamentais para essas articulações, promovendo programas de intercâmbio e projetos colaborativos. Elas contribuíram para consolidar uma massa crítica entre pesquisadores, uma condição esperada pelos governos de ambos os países para avançar na assinatura de um acordo político internacional de lto nível, que atualmente está implementando seu primeiro Comitê Conjunto. O artigo descreve a arquitetura institucional, documentos de políticas, acordos e troca de dados de ambos os países, fornecendo insumos para uma análise exploratória de sua agenda e objetivos de políticas para cooperação em CT&I. Também demonstra como as conexões entre pessoas podem ser frutíferas quando estabelecidas em áreas de interesse comum, como gestão de recursos hídricos, agricultura e doenças tropicais, levando a um inevitável adensamento da cooperação em CT&I. Esta análise confirma o sucesso de uma abordagem bottom-up para cooperação em CT&I na busca de soluções conjuntas para desafios comuns. Quando a vontade política encontra uma forte malha científica e consciência técnica bilateral, espera-se que os próximos resultados aprimorem projetos estratégicos em áreas de importância emergente. A expectativa é ajudar os formuladores de políticas a compreender o valor das parcerias já existentes, estimulando, assim, projetos inovadores no âmbito do Acordo de CT&I Brasil-Austrália.Item Global changes in production, distribution and legitimization of scientific knowledge : consequences for Brazil(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 2022-04) Neves, Fabrício; Hitner, VerenaO artigo tem por objetivo discutir as mudanças recentes na forma como a ciência tem produzido, distribuído e legitimado o conhecimento científico. A análise busca a todo momento articular as transformações globais da ciência com a maneira como elas ocorreram no Brasil, enfatizando características próprias e particulares. Os marcos temporais escolhidos nos trazem três períodos distintos. O primeiro corresponde ao pós-guerra, e se encerra em meados da década de 1970. O segundo não se encerrou, mas tem sido paulatinamente desafiado pelo fenômeno da globalização dos Sistemas Nacionais de Inovação (SNIs) e pela concomitante tendência de internacionalizar a ciência e tecnologia tendo como princípio a competição. O terceiro marco temporal diz respeito a essa emergência e seu significado, ainda em disputa, aponta para novos modos de produção de ciência.Item Cooperating in asymmetric contexts : an interdisciplinary approach to ST&I negotiations involving developing countries(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 2022-04) Leite, IaraO que impulsiona a implementação da cooperação internacional em ciência, tecnologia e inovação (CT&I)? Por que negociações em algumas áreas evoluem para medidas concretas e outras não? Que fatores explicam as variações na implementação de iniciativas com diferentes países? Em que circunstâncias a implementação pode ser eficaz do ponto de vista dos países em desenvolvimento? Para responder a essas questões, este artigo propõe um referencial teórico interdisciplinar que se baseia em estudos de política internacional, economia política, análise de política externa, política científica e tecnológica e história da ciência e tecnologia. O artigo parte de elaborações conceituais e teóricas sobre poder e mostra como elas se relacionam com CT&I e negociações assimétricas envolvendo países em desenvolvimento e contrapartes poderosas. Conclui em uma tentativa de integrar pontos-chave levantados pela literatura revisada, propondo quatro padrões de implementação e não implementação de negociações de CT&I e ilustrando-os com sugestão de casos para pesquisas futuras de acordos nos âmbitos nuclear e aeronáutico assinados entre Brasil e Estados Unidos e espaciais e agrícolas assinados entre Brasil e China.