Migrações internas e pequena produção agrícola na Amazônia: uma análise da política de colonização do INCRA

Abstract

Apresenta alguns dos resultados econométricos obtidos com base numa pesquisa de campo junto a pequenos agricultores em projetos de colonização pública e privada na Amazônia. O principal resultado obtido é que o desempenho dos colonos depende, fundamentalmente, de dois grandes grupos de fatores: por um lado, do conjunto este que deve ser amplo, incluindo não só assistência fundiária e técnica, mas também serviços de saúde, sociais, de educação e outros; e, por outro, da experiência prévia dos próprios colonos e do valor dos recursos que trazem consigo de outras partes. Quem tem mais capital na fronteira é quem mais levou capital para lá. Dados esses resultados, revela-se relativamente pouco importante uma série de outros fatores cuja significância normalmente se presume. Em particular, perde significância a distinção entre "sulistas" e outros migrantes, como também não se distingue a colonização particular da oficial. O desempenho dos colonos parece depender, fundamentalmente, dos seus próprios recursos e do "pacote" de serviços oferecidos pela colonização, "pacote" este que poderia, em princípio, ser fornecido tão bem pela colonização oficial quanto pela particular, não sendo intrínseco a nenhum dos dois modelos.