Direções do crescimento na agricultura

Abstract

A agropecuária brasileira tem assumido uma posição de destaque pelo crescimento que vem apresentando no último quarto de século, o qual tem sido superior ao da economia toda, e, talvez mais importante, a preços relativos estáveis ou decrescentes, o que tem permitido manter a inflação sob controle, com melhoria na distribuição de renda e geração de divisas (Barros et al., 2019a). Busca-se, primeiramente, contextualizar os anos em que os censos ocorrem: 2006 e 2017, bem como os anteriores. Como estavam as condições econômicas, tanto pelo lado macroeconômico do crescimento quanto pelo do mercado (e, portanto, do ponto de vista dos incentivos ou desincentivos proporcionados pelo mercado): foram momentos de tendência de crescimento? Estava atrativo investir na agropecuária, considerando alternativas econômicas oferecidas pela indústria, por exemplo? O uso da tecnologia passava por etapa favorável (como estavam os termos de troca produtos/insumos?)? A hipótese do trabalho é que a conjugação de aumento de produtividade e expansão das exportações foram a base do crescimento da agropecuária brasileira. Em seguida, debruça-se sobre informações que, de uma forma desagregada e mais bem focada, mostrem a intensidade e a natureza do crescimento observado na agropecuária nacional, tendo em conta as idiossincrasias regionais do Brasil. Consideram-se as combinações de atividades, a intensidade do uso de insumos de outros setores e seus impactos sobre a renda agregada e produtividades do trabalho e da terra.