Publicação: Doenças transmissíveis e situação socioeconômica no Brasil : análise espacial
Carregando...
Paginação
Primeira página
Última página
Data
item.page.date.journal
Data da Série
Data do evento
Data
Data de defesa
Data
Edição
Idioma
por
Cobertura espacial
Brasil
Cobertura temporal
2009-2011
País
BR
organization.page.location.country
Tipo de evento
Tipo
Grau Acadêmico
Fonte original
ISBN
ISSN
DOI
dARK
item.page.project.ID
item.page.project.productID
Detentor dos direitos autorais
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)
Acesso à informação
Acesso Aberto
Termos de uso
É permitida a reprodução deste texto e dos dados nele contidos, desde que citada a fonte. Reproduções para fins comerciais são proibidas.
Titulo alternativo
Texto para Discussão (TD) 2263 : Doenças transmissíveis e situação socioeconômica no Brasil : análise espacial
item.page.organization.alternative
Variações no nome completo
Orientador(a)
Editor(a)
Organizador(a)
Coordenador(a)
item.page.organization.manager
Outras autorias
Palestrante/Mediador(a)/Debatedor(a)
Coodenador do Projeto
Resumo
As doenças transmissíveis relacionadas à pobreza afetam desproporcionalmente pessoas que vivem em comunidades pobres ou marginalizadas. A pobreza cria condições que favorecem a disseminação de doenças transmissíveis e impede que as pessoas afetadas obtenham acesso adequado à prevenção e à assistência. O uso dos determinantes sociais como fatores analíticos privilegiados permite a identificação de padrões de agregação geográfica e sobreposição espacial das doenças transmissíveis. O presente estudo tem como objetivo descrever a distribuição espacial dos indicadores epidemiológicos das doenças transmissíveis relacionadas à pobreza nos municípios brasileiros, visando demarcar áreas geográficas com concentração de morbidades e condições socioeconômicas precárias para o direcionamento de ações integradas de políticas públicas de saúde e sociais. Trata-se de estudo ecológico descritivo com abordagem espacial, tendo como unidades de análise os municípios brasileiros. A partir de dados dos sistemas de informação do Ministério da Saúde (MS) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram calculados indicadores de incidência das seguintes doenças transmissíveis relacionadas à pobreza, segundo sua relevância para a saúde pública e disponibilidade de dados: tuberculose, hanseníase, leishmaniose tegumentar, leishmaniose visceral e malária. No triênio 20092011, no Brasil, foram notificados 217.274 casos novos de tuberculose, 109.283 casos novos de hanseníase, 66.510 casos novos de leishmaniose tegumentar, 10.194 casos novos de leishmaniose visceral, e na região da Amazônia Legal, 936.006 casos novos de malária. Um grande volume destes casos concentrou-se em reduzida parcela de municípios. Para tuberculose, hanseníase e leishmaniose tegumentar, em torno de 10% dos municípios brasileiros concentraram 80% dos casos novos de cada uma dessas doenças. Para a leishmaniose visceral, 6% dos municípios concentraram 80% dos casos novos da doença. Municípios com maiores taxas de urbanização tiveram maior ocorrência de tuberculose, enquanto aqueles com maiores proporções de domicílios com condições de saneamento inadequadas tiveram maior ocorrência de leishmaniose tegumentar e visceral e também de hanseníase. Observou-se, ainda, que a ocorrência destas doenças foi maior nos municípios mais pobres, mais desiguais e com maior aglomeração domiciliar. Os resultados deste estudo reforçam a persistência de diversas doenças transmissíveis relacionadas à pobreza e a sua distribuição desigual no território nacional. Evidencia-se a necessidade da continuidade dos investimentos e esforços para o enfrentamento destas doenças, levando em consideração seu padrão de distribuição espacial, a sobreposição geográfica entre diferentes morbidades e com características socioeconômicas precárias, assim como outras políticas públicas que abordem os determinantes sociais da saúde.
Resumo traduzido
Infectious diseases of poverty disproportionately affect people living in poor and marginalized communities. Poverty creates conditions that favor the spread of communicable diseases and prevents the affected people from obtaining adequate access to prevention and care. The use of social determinants as key analytical factors allows the identification of geographic aggregation patterns and spatial overlap of communicable diseases. This study objective is to describe the spatial distribution of epidemiological indicators of infectious diseases of poverty in Brazilian municipalities aiming to demarcate geographical areas of disease concentration and poor socioeconomic conditions for directing integrated public health and social policies. We conducted a descriptive ecological study with spatial approach, in which the Brazilian municipalities were the units of analysis. We used data from the information systems of the Brazilian Ministry of Health and the Brazilian Institute of Geography and Statistics to calculate incidence indicators of the following infectious diseases of poverty, according to their relevance to public health and availability of data: tuberculosis, leprosy, cutaneous leishmaniasis, visceral leishmaniasis and malaria. In the period 2009-2011 were reported in Brazil, 217,274 new cases of tuberculosis, 109,283 new cases of leprosy, 66,510 new cases of cutaneous leishmaniasis, 10,194 new cases of visceral leishmaniasis and, in the Legal Amazon region, 936,006 new cases of malaria. A large volume of these cases focused on a small portion of municipalities. Around 10% of Brazilian municipalities concentrated 80% of new cases of tuberculosis, leprosy and cutaneous leishmaniasis, diseases. For visceral leishmaniasis, 6% of municipalities concentrated 80% of new cases of the disease. Municipalities with the highest rates of urbanization had higher incidence of tuberculosis, while those with higher proportions of households with inadequate sanitation conditions had higher incidence of cutaneous and visceral leishmaniasis and leprosy also. Furthermore, the occurrence of these diseases was higher in the municipalities with higher poverty rate, higher inequality and more household crowding. The results of this study reinforce the persistence of various infectious diseases of poverty and its unequal distribution in the Brazilian territory. The study results emphasize the need of continuing investments and efforts to tackle these diseases, taking into account their pattern of spatial distribution, the geographical overlap between different diseases and between these and poor socioeconomic conditions, as well as other public policies that address the social determinants of health.