Cooperação Internacional. Relações Internacionais

URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/17402

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  • Publicação
    Artificial intelligence in Brics Countries : sovereignty, development stages, and different perspectives
    (Ipea, 2025-07) Queiroz, Sergio; Direito, Denise; Sergio Queiroz; Denise Direito
    The study analyzes key reference documents on artificial intelligence (AI) published by ten BRICS member countries, with the objective of identifying their priorities for the development of this technology. The methodology is based on document analysis, supported by content analysis software, and guided by the concepts of technological and digital sovereignty, as well as four structuring dimensions used to evaluate each country: i) computational infrastructure; ii) data; iii) skilled workforce; and iv) research and development (R&D). The results reveal a heterogeneous landscape, marked by varying ambitions and stages of maturity. China and Russia stand out for their pursuit of global leadership in AI, marked by substantial investments in comprehensive technological sovereignty, ranging from hardware to algorithms. In contrast, countries such as Iran prioritize regional dominance. Other members present strategies less focused on autonomous innovation, instead emphasizing the adoption of AI solutions to enhance public services (health, security, education). A shortage of skilled professionals and weaknesses in R&D systems are common challenges across all countries. In the field of international cooperation, initiatives such as shared infrastructures (for instance, regional computing hubs), along with legislation on data sharing and interoperability frameworks, are identified as crucial issues for BRICS countries.
  • Publicação
    Chancay, o Brasil e a América do Sul : considerações sobre o megaporto peruano e a integração da infraestrutura regional
    (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 2024-12) Barros, Pedro Silva; Carneiro, Helitton Christoffer
    Este artigo tem por objetivo analisar as potencialidades do porto de Chancay como alternativa logística para o Brasil – e para outros países da América do Sul – considerando-se as sinergias entre o megaporto peruano e a infraestrutura e logística sul-americana. Avalia-se o atual momento da governança regional em infraestrutura na América do Sul, desde a perspectiva brasileira. A partir da análise de informações geoespaciais e estatísticas econômico-comerciais, foram identificadas as limitações das ligações diretas entre os principais centros produtivos do Brasil e o megaporto de Chancay. Apresentam-se possibilidades de articulação logística entre a América do Sul e a Ásia-Pacífico, tanto em governança como em infraestrutura. Por fim, a título de considerações finais, o artigo esboça os próximos movimentos para a relação entre a América do Sul e a China, que encontram consonância com a atual política externa brasileira.
  • Publicação
    A Ascensão chinesa e a economia brasileira no sistema centro-periferia
    (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 2024-12) Medeiros, Carlos Aguiar de; Majerowicz, Esther
    A partir do sistema centro-periferia, tal como formulado por Prebisch, este artigo objetiva analisar as relações econômicas entre China e Brasil, bem como discutir seus possíveis caminhos. Avança-se na interpretação de que, no século XXI, tais relações evoluíram enquanto síntese de um duplo processo: a ascensão da China à condição de um novo centro do sistema internacional e a adaptação passiva da economia brasileira, forjando novas relações centro-periferia. Neste contexto, analisam-se dois caminhos possíveis para estas relações. O primeiro, a estratégia predominante, business as usual, corresponde aos principais interesses econômicos da China no país e do agronegócio, pecuaristas e mineradores brasileiros, reproduzindo e ampliando as atuais relações centro-periferia. O segundo, uma moderna “estratégia de desenvolvimento” baseada em novo tipo de parceria econômica, contemplando a diversificação da produção e das exportações brasileiras, não é predominante. Ele não corresponde aos principais interesses empresariais e à divisão vertical do trabalho entre os dois países, mesmo que alguns investimentos em curso (por exemplo, energia renovável, digitalização, veículos elétricos) possam viabilizar uma maior cooperação tecnológica. Esta evolução, entretanto, requer maior planejamento estatal e decisão política, bem como a existência de um sujeito social que a sustente.
  • Publicação
    Prospectos de uma nova ordem : a disputa hegemônica entre China e Estados Unidos e os caminhos da política externa brasileira no sistema internacional
    (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 2024-12) Zaidan, João Vitor; Cavalcanti, Ana Beatriz; Nóbrega, Flavianne; Vieira, Pedro; Fonseca, João Henrique; Silva, Laura Gabriella
    Este artigo tem como objetivo confrontar os paradigmas da política externa brasileira com o novo cenário que se forma a partir do processo de ascensão da China. Ele revisita o debate teórico sobre o que pode ser chamado de transição de poder entre este país e os Estados Unidos, além das implicações para as posições chinesas e para o sistema internacional. Também sublinha tais paradigmas, com ênfase em questões como o autonomismo e diferentes interpretações sobre cooperação e multilateralismo. Em seguida, discutem-se pontos estratégicos para o Brasil que poderão sofrer mudanças ou transformações no contexto da ascensão da China no sistema internacional, visando considerar como o país poderá assegurar seus interesses em uma nova ordem. Como resultados, pôde-se observar que, à medida que a China avança no processo de transição de poder, o que atualmente se observa como cooperação Sul-Sul pode tomar graus ainda maiores de assimetria. Dessa forma, é necessário que a política externa brasileira se realinhe de modo a preservar a autonomia brasileira ante os novos desafios, algo já bastante feito em momentos anteriores da História.
  • Publicação
    A China no regime internacional de investimentos : uma análise dos tratados bilaterais de investimentos chineses com países africanos
    (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 2024-12) Garcia, Ana Saggioro
    Os acordos de proteção de investimentos ganharam destaque no período pós-Segunda Guerra Mundial, em meio à geopolítica da Guerra Fria e ao processo de descolonização de países africanos e asiáticos. Com a liberalização dos mercados e a globalização nos anos 1990, os tratados bilaterais de investimento (TBIs) se tornaram amplamente difundidos, refletindo assimetrias econômicas e reforçando o poder das corporações multinacionais, muitas vezes limitando as políticas regulatórias nacionais em questões sociais, ambientais e de direitos humanos. Uma cláusula central nos TBIs permite que investidores estrangeiros contornem os tribunais domésticos e levem disputas à arbitragem internacional, afetando desproporcionalmente países do Sul global. Em resposta, alguns países do BRICS – como Brasil, África do Sul e Índia – reformaram seus marcos regulatórios de investimento, enquanto a China, em grande medida, adaptou-se ao regime existente, equilibrando flexibilidade e interesses estratégicos. Este artigo examina o papel da China no regime internacional de investimentos, com foco em seus 37 TBIs com países africanos. Por meio de análise documental, avaliam-se definições de investimento, proteções contra expropriação, mecanismos de resolução de disputas e cláusulas de responsabilidade social corporativa. Além disso, o artigo revisa casos envolvendo empresas chinesas em arbitragens internacionais. Conclui-se que, embora a China siga as normas globais de investimento, suas empresas raramente recorrem à arbitragem investidor-Estado, preferindo negociações diretas ou canais diplomáticos.
  • Publicação
    O Fórum China-Celac : uma plataforma e “marca” para o multilateralismo sinocêntrico
    (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 2024-12) Moraes, Rodrigo Fracalossi de
    Este artigo analisa o papel do Fórum China-Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) como instrumento e expressão de um multilateralismo sinocêntrico. Essa forma de multilateralismo baseia-se na norma do pluralismo, bem como em agendas voltadas para o desenvolvimento. Operacionalmente, o multilateralismo sinocêntrico consiste na multilateralização de relações bilaterais. O Fórum constitui uma camada institucional mínima entre as relações bilaterais e as iniciativas globais chinesas, permitindo à China coordenar engajamentos e legitimar padrões de interação na região. Além disso, imprime sobre atividades, discussões, comitês e outros espaços ou interações uma “marca” caracterizada por uma combinação de pluralismo internacional e cooperação Sul-Sul, expressa sobretudo no princípio da não interferência em assuntos internos e em uma agenda orientada para o desenvolvimento. O Fórum não é apenas um espaço de diálogo, é também uma ferramenta para a socialização de elites, organização de interações em múltiplas áreas e legitimação de atividades e normas. Com o retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos e a intensificação do unilateralismo e diplomacia coercitiva na política externa norte-americana, o Fórum pode se tornar mais relevante para a China e para os países latino-americanos e caribenhos em busca de diversificação – especialmente os países menores da região.
  • Publicação
    Apresentação - Boletim de Economia e Política Internacional nº 40 - set./dez. 2024
    (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 2024-12) Alves, André Gustavo de Miranda Pineli
    A 40ª edição especial do Boletim de Economia e Política Internacional, composta de seis artigos, tem como objetivo lançar luzes sobre os impactos da ascensão econômica da China, entendida de forma ampla a fim de abarcar os efeitos sobre as dinâmicas internas do país, assim como sobre sua capacidade de projeção geopolítica e militar, sobre a economia e a política internacional contemporâneas, em especial sobre países e regiões específicos. Nos interessa, especialmente, vislumbrar e entender as escolhas que o Brasil pode – e deve – fazer neste mundo no qual o peso econômico e político do gigante asiático é cada vez maior.
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    Latin America and the likelihood of influence of the BRICS
    (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 2025-06) Baumann, Renato
    Nas últimas sete décadas, o funcionamento de instituições multilaterais condicionou boa parte das posições adotadas por diversos países. Mais recentemente, contudo, a insatisfação com relação a diferentes aspectos levou ao surgimento de iniciativas que questionam o quadro vigente. A formação do grupo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (BRICS) é um dos claros exemplos disso. Iniciativas do grupo na mudança da governança global serão mais bem-sucedidas se envolverem, além do compromisso de parte dos países-membros, o apoio de outras economias em desenvolvimento. O Brasil é o único país latino-americano membro desse grupo. Os números apresentados sugerem que, para angariar o apoio das maiores economias latino-americanas para novas formulações, os membros do BRICS precisarão adotar postura mais ativa.
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    The BRICS and their relationship with the two largest economies
    (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 2025-06) Baumann, Renato
    O expressivo crescimento da economia chinesa nas últimas décadas aproximou sua capacidade produtiva da dos Estados Unidos, superando-a em paridade de poder de compra e com possibilidade de ultrapassá-la também em termos nominais. Esse avanço gerou preocupações nos EUA, resultando em medidas internas com viés protecionista. A China, principal integrante dos BRICS, tem forte presença no grupo, com a maioria dos países membros apresentando déficit comercial com ela — exceto o Brasil. O crescimento chinês e sua liderança nos BRICS despertam reações defensivas da potência hegemônica (EUA), criando pressões internacionais para que outros países se alinhem a uma das potências. O objetivo dos BRICS de influenciar a governança global pode intensificar essas tensões e gerar retaliações aos seus membros, caso suas decisões contrariem interesses de terceiros.
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    América Latina e a probabilidade de influência dos BRICS
    (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 2025-06) Baumann, Renato
    Nas últimas sete décadas, o funcionamento de instituições multilaterais condicionou boa parte das posições adotadas por diversos países. Mais recentemente, contudo, a insatisfação com relação a diferentes aspectos levou ao surgimento de iniciativas que questionam o quadro vigente. A formação do grupo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (BRICS) é um dos claros exemplos disso. Iniciativas do grupo na mudança da governança global serão mais bem-sucedidas se envolverem, além do compromisso de parte dos países-membros, o apoio de outras economias em desenvolvimento. O Brasil é o único país latino-americano membro desse grupo. Os números apresentados sugerem que, para angariar o apoio das maiores economias latino-americanas para novas formulações, os membros do BRICS precisarão adotar postura mais ativa.
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    Os BRICS e sua relação com as duas maiores economias globais
    (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 2025-06) Baumann, Renato
    O texto aborda o crescimento acelerado da economia chinesa, que se aproxima do nível da economia dos Estados Unidos, especialmente quando medida pela paridade do poder de compra. Essa ascensão tem gerado preocupações nos EUA, levando à adoção de medidas protecionistas. A China, como membro mais influente dos BRICS, exerce forte presença econômica no grupo, sendo o Brasil uma das poucas exceções com superávit comercial em relação ao país asiático. O fortalecimento da China e dos BRICS desperta tensões geopolíticas, com pressões para que outros países se alinhem a uma das potências. Além disso, o grupo busca influenciar a governança global, o que pode contrariar os interesses das economias dominantes, gerando possíveis retaliações.
  • Publicação
    Ciclo de palestras Ipea : BRICS 2025 (Publicação Expressa)
    (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 2025-06) Direito, Denise do Carmo; Luedeman, Gustavo; Servo, Luciana Mendes Santos; Silva, Luciana Acioly da; Desiderá, Walter (Coordenador)
    Em preparação à presidência brasileira dos BRICS em 2025, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) coordenou um ciclo de oficinas com em torno de 40 especialistas e profissionais de mais de 15 instituições brasileiras para formular recomendações estratégicas sobre cinco áreas prioritárias da agenda do bloco. A iniciativa reforçou o papel do Brasil como articulador de propostas inovadoras, pragmáticas e alinhadas às necessidades do Sul Global. O presente relatório consolida 24 recomendações — cinco por eixo — que contribuíram diretamente para a elaboração do documento submetido ao Conselho de Think Tanks dos BRICS (BTTC). A seguir, as ideias centrais contidas nas propostas são destacadas.
  • Publicação
    O Fórum China-Celac : uma plataforma e “Marca” para o multilateralismo sinocêntrico
    (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 2024-12) Moraes, Rodrigo Fracalossi de
    Este artigo analisa o papel do Fórum China-Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) como instrumento e expressão de um multilateralismo sinocêntrico. Essa forma de multilateralismo baseia-se na norma do pluralismo, bem como em agendas voltadas para o desenvolvimento. Operacionalmente, o multilateralismo sinocêntrico consiste na multilateralização de relações bilaterais. O Fórum constitui uma camada institucional mínima entre as relações bilaterais e as iniciativas globais chinesas, permitindo à China coordenar engajamentos e legitimar padrões de interação na região. Além disso, imprime sobre atividades, discussões, comitês e outros espaços ou interações uma “marca” caracterizada por uma combinação de pluralismo internacional e cooperação Sul-Sul, expressa sobretudo no princípio da não interferência em assuntos internos e em uma agenda orientada para o desenvolvimento. O Fórum não é apenas um espaço de diálogo, é também uma ferramenta para a socialização de elites, organização de interações em múltiplas áreas e legitimação de atividades e normas. Com o retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos e a intensificação do unilateralismo e diplomacia coercitiva na política externa norte-americana, o Fórum pode se tornar mais relevante para a China e para os países latino-americanos e caribenhos em busca de diversificação – especialmente os países menores da região.
  • Publicação
    Relación bilateral con vocación regional : integración de infraestructura, productiva y comercial entre Brasil y Chile
    (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 2025-04) Gonçalves, Julia de Souza Borba; Carneiro, Helitton Christoffer; Barros, Pedro Silva
    Atualmente, a relação entre Brasil e Chile pode ser caracterizada por três aspectos: i) Brasil e Chile mantêm uma relação bilateral com vocação regional; ii) Brasil tem uma presença integral no Chile; e iii) uma redução progressiva das distâncias e um aumento das conexões (infraestrutura física e digital) entre os países. Este estúdio apresenta um panorama das relações bilaterais entre Brasil, Chile e de los projetos de infraestrutura de integração entre os dois países. Se analisar o comércio, las inversiones, el transporte, la logistica, la energía, los recursos naturais e o litio y se apresenta uma proposta de agenda para as relações entre os dois países.
  • Livro
    Organização da sociedade civil. Notas para o PNUD
    (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 1996) Fernandes, Rubem César
    Descreve sobre as Organizações Não Governamentais (ONGs). Resulta de nomenclatura da ONU para designar a representação de instituições internacionais não governamentais, com Vaticano, Conselho Mundial de Igrejas, OIT etc. Foi apropriada por organizações civis europeias que participam do esforço de "cooperação internacional" a partir dos anos sessenta. ONGs europeias geram ONGs no Terceiro Mundo através do apoio a projetos.
  • Publicação
    O Brasil e o BRICS expandido : relações comerciais recentes e recomendações
    (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 2025-04) Mendonça, Marco Aurélio Alves de; Taioka, Tainari; Ungaretti, Carlos Renato
    O BRICS original, composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, desempenha um papel central na geopolítica internacional e tem como objetivo fortalecer a representatividade das economias emergentes. Desde a sua criação, o bloco tem promovido iniciativas que visam reduzir a hegemonia do Ocidente nas finanças globais, como a criação do Novo Banco de Desenvolvimento (New Development Bank – NDB). A expansão do BRICS em 2023, com a inclusão de cinco novos membros (Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Irã), reforçou a relevância econômica global do grupo, que passou a representar 36% do produto interno bruto (PIB) mundial. Os dados mostraram que o comércio intrabloco, liderado pela China, cresceu significativamente entre 2000 e 2023, enquanto o Brasil se destaca como exportador de commodities. Este texto examina a evolução das relações comerciais entre o Brasil e os outros países do BRICS, assim como com os novos integrantes, destacando a importância estratégica de parcerias econômicas e comerciais.
  • Publicação
    Metodologias aplicadas à migração internacional em fronteira : registros e invisibilidades
    (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 2024-08) Oliveira, Marco Aurélio Machado de; Almeida, Renata Miceno Papa de; Loio, Gilberto Xavier; Rosales, Junior Rodrigues dos Santos
    Este artigo tem como objetivo demonstrar as potencialidades que os registros no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) possuem para alcançar os migrantes internacionais invisibilizados por seu status documental, trazendo dados riquíssimos sobre as condições em que vivem, bem como dos usos de algumas políticas públicas. Trata-se de uma pesquisa desenvolvida pelo Observatório Fronteiriço das Migrações Internacionais (Migrafron), na cidade de Corumbá, Mato Grosso do Sul, Brasil. Fizemos uso da metodologia da pesquisa-ação, principalmente no que diz respeito à aplicação e transferência para o ambiente profissional alvo das investigações. Para tanto, servidores da Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania do município em questão fizeram parte da aplicação desse projeto. Adotamos também o procedimento de realizar uma investigação a respeito dos contextos históricos da migração internacional naquela cidade. Partimos da constatação de que os registros produzidos pelos órgãos ligados à alta política se restringem aos migrantes internacionais regularizados em território nacional, o que constitui um obstáculo à elaboração de políticas que os atendam. As metodologias adotadas consistiram na revisão literária sobre o pensamento do Estado, em especial sobre a invisibilidade e vulnerabilidade, categorias de análise chave na rotina relacionada ao CadÚnico, e na aplicação de métodos diferenciados dos aplicados rotineiramente nos ambientes profissionais, especialmente por meio da captura de dados sobre os perfis e usos de sistemas públicos pelos migrantes internacionais que permitissem visualizações mais amplas sobre sua presença nos bancos de dados disponíveis. Os resultados obtidos demonstraram que o acesso diferenciado dos servidores aos dados do CadÚnico possibilitou a identificação de aspectos importantes que potencializam as vulnerabilidades dos migrantes internacionais. A partir dessa pesquisa, foi possível assinalar que uma das possibilidades para lidar com a questão está no aprimoramento da oferta de serviços e da elaboração de planos de atenção voltados para a mitigação de riscos sociais, por meio do acesso à documentação, da fluência em língua portuguesa e de alternativas para a geração de rendas familiares estáveis e seguras.
  • Publicação
    Cooperação internacional e a integração local de refugiados : um estudo de caso do programa Moverse e das ações de inclusão de mulheres e meninas venezuelanas no Brasil
    (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 2024-08) Moreira, Joana D’arc; Santos, Luara Dias dos; Maia, Marrielle
    A migração faz parte das relações humanas e gera uma diversidade de mudanças na subjetividade dos sujeitos e nas sociedades de acolhida, especialmente nos casos de migração internacional. Além disso, a experiência de mobilidade pode ser ainda mais difícil se outras vulnerabilidades estiverem associadas à condição de sujeito migrante, a exemplo de elementos como gênero, raça, classe e faixa etária. Sendo assim, entendendo as dificuldades associadas às experiências de mulheres que migram forçadamente, este artigo busca discutir a importância da integração local, especificamente da integração laboral eficiente, na garantia de direitos a essas mulheres. Esses objetivos foram alcançados a partir da análise da atuação do programa Moverse, estabelecido por meio de uma cooperação com diversos atores, que buscava garantir a inserção de mulheres venezuelanas no mercado de trabalho brasileiro. Destaca-se que este estudo é inicial, uma vez que os resultados do Moverse ainda estão em processo de documentação, mas, de modo geral, notou-se que mulheres enfrentam mais dificuldades para alcançar inserção laboral eficiente e, consequentemente, é necessária a criação de políticas e projetos que pensem essas experiências e criem soluções específicas para garantir a inclusão efetiva desse grupo. Por fim, os resultados iniciais demonstram que projetos que pensam a capacitação de mulheres venezuelanas para inserção no mercado de trabalho brasileiro são fundamentais para garantir o acesso a direitos no território nacional.
  • Publicação
    Migração e integração socioeconômica : indígenas venezuelanos de etnia Warao em situação de vulnerabilidade na Paraíba
    (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 2024-08) Silva, Sidney Lima de Assis; Satur, Roberto Vilmar
    Os Warao, situados na Venezuela, são uma das etnias mais antigas da região; seus ancestrais habitam o território desde muito antes da formação da nação venezuelana. Atualmente, os Warao representam a segunda maior etnia indígena daquele país, possuindo sua própria língua, homônima à etnia, além de diferentes níveis de fluência em espanhol. Diante da crise política, econômica e humanitária que abalou a Venezuela nas últimas décadas, muitos venezuelanos, incluindo indígenas de diferentes etnias, começaram a migrar para outros países. Entre eles, alguns Warao foram trazidos para a Paraíba por meio do programa de interiorização do governo federal, que visa integrar refugiados que chegaram inicialmente a Roraima. Este estudo tem como objetivo compreender a situação atual dos Warao refugiados no estado da Paraíba. Do ponto de vista metodológico, a pesquisa adota uma abordagem qualitativa, buscando uma análise aprofundada das condições culturais e sociais desse grupo. Para a coleta de dados, foi desenvolvido um questionário online, aplicado a migrantes Warao e a profissionais que atuam no apoio a esses refugiados. As entrevistas revelaram dificuldades enfrentadas pelos Waraos na adaptação à vida urbana, que vão além das questões de território e se relacionam também com as diferenças culturais. Embora muitos deles já tivessem vivido em áreas urbanas, sua origem em comunidades rurais voltadas à agricultura e com hábitos de vida tradicionais representa um desafio para sua inserção nesse ambiente.
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